Agora em formato digital, esta exposição esteve visitável de 29 de outubro de 2022 até 26 de fevereiro de 2023, na Casa Madre Luiza Andaluz e na Casa de São Mamede.
Enquadrada nos 100 anos da intuição de Luiza Andaluz a fundar a Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima, a exposição “Luiza.Tereza · um chamamento” torna patente o contexto do chamamento de Luiza Andaluz, no Carmelo de Echavacoiz, Pamplona, e a sua relação com S. Teresa de Jesus (Ávila).
Luiza e Eugénia
Luiza e Eugénia
Casa Madre
Luiza e Eugénia
Casa São Mamede
Eugénia, Carmelita Descalça
Eugénia, Carmelita Descalça
Casa Madre
Eugénia, Carmelita Descalça
Casa Madre
Eugénia, Carmelita Descalça
Casa Madre
Eugénia, Carmelita Descalça
Casa Madre
Eugénia, Carmelita Descalça
Casa São Mamede
Eugénia, Carmelita Descalça
Casa São Mamede
Luiza e Teresa de Jesus
Luiza e Teresa de Jesus
Casa Madre
Luiza e Teresa de Jesus
Casa Madre
Luiza e Teresa de Jesus
Casa São Mamede
Luiza e Teresa de Jesus
Casa São Mamede
Luiza e Teresa de Jesus
Casa São Mamede
Luiza e Teresa de Jesus
Casa São Mamede
Luiza e o Carmelo
Luiza e o Carmelo
Casa Madre
Luiza e o Carmelo
Casa São Mamede
Luiza e o Carmelo
Casa São Mamede
Luiza e o Carmelo
Casa São Mamede
Um chamamento
Um chamamento
Casa Madre
Um chamamento
Casa São Mamede
Luiza e Eugénia
Filhas dos Viscondes de Andaluz, Luiza e Eugénia crescem num seio familiar católico e seguem uma educação idêntica – muito esmerada e completa.
Muito unidas mas com temperamentos distintos, expressam a sua fé de forma diferente. Luiza torna-se uma mulher audaz e ativa na sociedade, sempre com o desejo de concretizar e auxiliar, enquanto que Eugénia, humilde e recatada, vive o desejo de seguir uma vida contemplativa, desde jovem, e dedica-se principalmente a funções caseiras, mas não abdica de acompanhar Luiza nas suas missões.
A ida de Eugénia para o Carmelo em Espanha, foi muito doloroso para Luiza, que sente a perda da sua companheira, amiga e confidente.
Contudo esta amizade e confidência perdura no tempo, através de um rico epistolário, até à morte de Eugénia a 18 de janeiro de 1955.
A Eugénia era muito humilde e mortificada, ia muitas vezes dar com ela a varrer o pátio com uma vassoura grosseira, a passar roupa a ferro, a fazer serviço junto à cozinheira e isto sem necessidade mas com visível satisfação. (…) Tem grande amor à Santa Pobreza, de que fez voto (HC, pg.42).
Por momentos julgo-me no Carmelo. (CE, 21 de setembro de 1937, pg. 78)
Quanto gostaria de voltar aí, falaríamos muito sobre todas as nossas coisas. (CE, 2 de maio de 1941, pg. 117)
CE – Correspondência para a sua irmã Eugénia
HC – História da Congregação
CG – Correspondência Geral
CIC – Correspondência para as Irmãs da Congregação
P – Documentos Autobiográficos, Pensamentos e Consagrações
d.atr. – data atribuída
c. – cerca de
f. – finais de
i. – inicios de
Réplica de fotografia de Luiza, Eugénia e Anica
c. séc. XIX
Réplica de fotografia de Luiza e Eugénia com sobrinhos
c. séc. XIX
Eugénia, Carmelita Descalça
Desde a 1.ª comunhão que Eugénia anseia seguir uma vida contemplativa. Porém, só após a morte dos pais é que começa a tentar obter licença para ingressar num convento. Aos 30 anos de idade, é-lhe finalmente aceite a vontade e dá entrada no Carmelo de Echavacoiz, em Espanha, no dia 19 de março de 1915. A 15 de agosto do mesmo ano faz a tomada de hábito e ali vive até ao final da sua vida como Carmelita Descalça.
Luiza descreve detalhadamente o momento da tomada de hábito de Eugénia:
Descrever o que se passou em mim à vista de tão grande austeridade e pobreza, será difícil. O que mais me impressionou foi sobretudo a cela da minha irmã onde entrei e dentro dela vi apenas uma dura enxerga recoberta de pobre manta castanha que serve de abafo e de colcha, pendurada na parede, por cima da cabeceira, uma grande cruz em madeira sem Cristo (HC, pg.55).
CE – Correspondência para a sua irmã Eugénia
HC – História da Congregação
CG – Correspondência Geral
CIC – Correspondência para as Irmãs da Congregação
P – Documentos Autobiográficos, Pensamentos e Consagrações
d.atr. – data atribuída
c. – cerca de
f. – finais de
i. – inicios de
Rosário de Eugénia
c séc. XX · Metal e madeira
Retalho da capa do hábito de Carmelita Descalça, de Eugénia
séc. XX · Lã
Escapulário de Eugénia
séc. XX · Têxtil e metal
Réplica de Fotografia de Eugénia Carmelita Descalça
c.1952
Pintura de duas Carmelitas Descalças
c. séc. XIX · Óleo sobre madeira de carvalho, moldura dourada
Eugénia com a Madre Serafina del Pilar
séc. XX · Fotografia
Luiza e Teresa de Jesus
Teresa de Ahumada, conhecida como Santa Teresa de Ávila ou Santa Teresa de Jesus, nasceu, a 28 de março de 1515 em Ávila, no seio de uma família cristã. Tal como Luiza, desde tenra idade, procura a sua relação com Deus.
Com 20 anos, ingressou na Ordem do Carmo. Mais tarde, em 1562, restaura a sua ordem, vindo a fundar em São José de Ávila o primeiro Convento das Carmelitas Descalças. Durante a sua vida funda 17 conventos em território espanhol.
Faleceu a 4 de outubro de 1582 em Alba de Tormes. É beatificada em 1614 por Paulo V e é a primeira mulher a ser proclamada Doutora da Igreja em 1970 por Paulo VI.
Santa Teresa dava grande relevo à Humanidade de Jesus, bem como ao mistério da Incarnação de Deus no ser humano. O colóquio amigo com Jesus era o traço relevante da sua oração.
É esta santa destemida que Luiza escolhe para seu modelo e, apesar dos quase 500 anos que as separam, desenvolvem uma profunda amizade espiritual.
Na minha devoção a S.ta Teresa muito apreciava rezar nos conventos fundados por ela e também nas terras por onde passava, pois em Espanha abundam os carmelos, eu ia sempre à procura deles e os visitava (HC, pg.73).
Quando eu quis substituir a caneta que estava na imagem [de Santa Teresa] pela de prata, encontrei grande dificuldade, não era capaz de a encaixar. Fiquei-me triste a pensar porque seria que Santa Teresa não queria aceitar a caneta, que eu com tanto gosto lhe queria oferecer, pois era de estimação para nós, não só por ser antiga em casa, mas também porque tinha servido para a Isabel e a Anica assinarem as suas escrituras de casamento (HC, pg. 82).
Atribuo mais este grande benefício à minha tão querida Protetora Santa Teresa de Jesus (CE, d.atr. maio 1938, pg.87)
CE – Correspondência para a sua irmã Eugénia
HC – História da Congregação
CG – Correspondência Geral
CIC – Correspondência para as Irmãs da Congregação
P – Documentos Autobiográficos, Pensamentos e Consagrações
d.atr. – data atribuída
c. – cerca de
f. – finais de
i. – inicios de
Vida da serafica madre S.ta Teresa de Jesus
1.º quartel do séc. XIX · Encadernação em couro decorado com douramento
Escultura de Santa Teresa de Jesus
Produção francesa, Paris,
c. séc. XX · Cerâmica
Busto-relicário, Santa Teresa de Jesus
séc. XVII-XVIII · Madeira policromada e dourada
Maxims and counsels of Saint Teresa
Santa Teresa, edição de 1887 · Encadernação a tecido e corte a dourado
Relicário de Santa Teresa de Jesus
c. séc. XX · Caixa forrada a napa vermelha
S.te Thérèse
Barry, produção francesa, c. séc. XIX · Gravura em papel
Luiza e o Carmelo
Luiza, inicialmente, não compreende a ânsia de Eugénia na ida para o convento, longe da família e com pessoas que não conhecia. Tudo muda, quando ao chegar ao Carmelo da Imaculada Conceição, sente o chamamento de Deus e pede logo de imediato à Prioresa para ingressar juntamente com a sua irmã. Porém, é-lhe feita outra proposta de colaborar nas escolas da duquesa de Sabugosa. Assim, sem nunca deixar as suas atividades sociais, Luiza durante 7 anos, tenta entrar no Carmelo e em 1922, sente um chamamento diferente, o de fundar a Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima.
Mais tarde, em 1934 Luiza colabora com as filhas de Santa Teresa ao acolher as carmelitas belgas que chegam a Fátima para fundar aí o Carmelo.
Recordo que logo à chegada tudo me impressionou imenso: as grades, o silêncio e o recolhimento do ambiente, o entoar do Ofício Divino que se ouvia na capela, o tilintar monótono mas suave do sino do convento… (HC, pg.54).
Nem calculam o prazer que me dão quando me enviam fotografias desse Carmelo (CE, d. atr. 29 setembro de 1954, pg.172).
As boas religiosas passaram-me para fora, a fim de eu me entreter, um vestidinho do Menino Jesus em seda azul claro, pedindo-me lhe pintasse umas rosinhas em volta; tive de me acautelar com as lágrimas não manchassem o trabalho, pois é certo elas corriam em abundância. Não eram, contudo, lágrimas de tristeza, eram sim de grande emoção (HC, pg.54).
CE – Correspondência para a sua irmã Eugénia
HC – História da Congregação
CG – Correspondência Geral
CIC – Correspondência para as Irmãs da Congregação
P – Documentos Autobiográficos, Pensamentos e Consagrações
d.atr. – data atribuída
c. – cerca de
f. – finais de
i. – inicios de
Réplica de Fotografia do Carmelo de Echavacoiz
c. início séc. XX
Capa de Menino Jesus pintada por Luiza
Luiza Andaluz, Pamplona, agosto de 1915 · Seda pintada à mão
Réplica da Carta enviada pelo Carmelo de Echavacoiz
c. séc.XX
S. Michel Archange
Barry, produção francesa, c. séc. XIX · Gravura em papel
Um chamamento
Numa das suas visitas anuais ao Carmelo, Luiza tem várias revelações e recebe a confirmação de Deus para a fundação de uma nova congregação religiosa. Ao receber a intuição rapidamente tenta concretizar a vontade de Deus e um ano depois, em 1923, nasce a Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima.
Durante o seguimento de todos estes anos não é sem viva emoção que eu recordo todos os acontecimentos que neles se desenrolaram e as datas, que fixei, nunca me esquecem. Estas visitas ao querido Carmelo, sobretudo a de 15 de agosto de 1915 e aquela de 29 de setembro de 1922, foram a base e princípio da fundação da Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima… mais uma vez digo: bendito seja Deus (CE, d. atr. 29 de setembro de 1954, pg. 170).
Com respeito a ter estado aí no ano de 1922, em setembro, sei com certeza que estive, foi justamente aquele ano o das muitas graças que Nosso Senhor aí me concedeu. Os meus apontamentos datam de 23 de setembro. Nesse dia só menciono o seguinte: «Encontrando-me no Carmelo de Baranaïn falei com a Eugénia sobre uma ideia que há tempos me vinha preocupando e que era a de organizar uma Congregação, que se ocupasse dos nossos Colégios, que não via maneira de poder deixar bem entregues. (Nessa ocasião não discorria que começando esta ainda mais me prendia)». (CE, d. atr. f.1950/i.1951, pg. 146).
CE – Correspondência para a sua irmã Eugénia
HC – História da Congregação
CG – Correspondência Geral
CIC – Correspondência para as Irmãs da Congregação
P – Documentos Autobiográficos, Pensamentos e Consagrações
d.atr. – data atribuída
c. – cerca de
f. – finais de
i. – inicios de
Réplica de Fotografia tirada no Carmelo de Echavacoiz, oferecida por Eugénia a Luiza
c. séc. XX
Pena da família dos Viscondes oferecida por Luiza à imagem de Santa Teresa no Carmelo.
séc. XIX · Metal