
Julho
2020
Recordações de África
As peças de arte africana foram introduzidas no espólio da congregação especialmente após 1972, ano em que as Servas de Nossa Senhora de Fátima abrem a sua primeira comunidade em Moçambique (Mecuburi – Diocese de Nampula). Luiza Andaluz, com 95 anos, abençoa as quatro primeiras Irmãs, e vê assim realizado um desejo antigo.


O interesse pela arte africana começou no fim do século XIX, numa altura em que os artistas europeus viram nos artefactos africanos uma fonte de inspiração para as suas obras. Até esse momento, as peças eram vistas como quotidianas e primitivas, sem carácter artístico.
A arte africana é intensamente rica em termos artísticos, materiais e formas de expressão. A arte expressa em suporte têxtil é prolífica em África e os tecidos decorados são usados no vestuário, sendo alguns criados de propósito para a celebração de determinados acontecimentos. Hoje em dia, o comércio de tecidos africanos é um negócio lucrativo.
A pintura sobre tecido é uma arte ancestral e tendo sido utilizada por novos artistas para exprimir a sua arte. Muitos dos artistas africanos atualmente concebem as suas obras para vender aos turistas, como forma de sustento, sendo esta uma realidade crescente em zonas de turismo massivo. E a utilização do suporte têxtil permite a criação de peças facilmente transportáveis e leves.


Na peça deste mês, podemos ver a representação de uma aldeia africana, constituída por cabanas e múltiplas pessoas. O tema, apesar de comum, é apresentado numa forma contemporânea. O artista aplicou tons quase monocromáticos de branco, castanho e preto, ao contrário das cores vibrantes características da arte africana, e podemos observar a abstração das formas, em que não existem efeitos de sombra ou realismos, mas sim formas geométricas.
Categoria: Têxteis
Autor: (?) Assinatura ilegível
Data: Fim do século XX – Início do século XXI
Dimensões: 142,3 cm x 89 cm
Localização: Casa Madre Luiza Andaluz