
Maio
2022
Vestíbulo/Átrio
Vestíbulo de tendência eclética do século XIX, com escadaria em mármore quebrada em dois níveis.

O edifício foi construído em 1863, a mando de António Lopes Ferreira dos Anjos. Em 1890, é atribuído o título de Conde de Fontalva ao filho, Alfredo Ferreira dos Anjos. O palacete Fontalva permanece nesta família até 1934, data em que é adquirido por Luiza Andaluz.
Até 1941, dado que as congregações religiosas não tinham personalidade jurídica em Portugal, a comunidade religiosa – através da instituição da Sociedade Promotora de Institutos Sociais – é legitimada na sua ação social de uma forma perspicaz e inteligente.


Com entrada na porta número 100 da Rua da Escola Politécnica, somos recebidos num vestíbulo iluminado, com uma escadaria de dois níveis que nos absorve para um espaço de inspiração e pausa no meio do frenesim da metrópole. Neste sentimos a simbiose perfeita entre a burguesia palaciana e a sobriedade religiosa que se unem automaticamente representando as duas identidades desta casa.
“A entrada aqui da casa pelo lado da Escola Politécnica é realmente muito bonita. Tem um lance de escada que depois desdobra em 2 que sobe em 2 direcções e torna a formar-[se] num para depois desdobrar outra vez em 2. Começa na altura da cave e vai até ao 1º andar. Vem a ser os 1.ºs 3 lances em mármore e o resto da escadaria em madeira do Brasil.”
(Carta de Luiza Andaluz à sua Irmã Eugénia, Data provável – princípios de 1939)

Estilisticamente mantém ainda a tendência oitocentista com um estilo eclético e cheio de revivalismos, com arcos e janelas de cantaria em flor de lis que deixam entrar uma luz tremeluzente, com tetos em trompe-l’oeil e estucados em relevo com motivos vegetalistas e, uma balaustrada em ferro torneado, rematados com o sereno verde das paredes que atenua o aparato de século XIX criando então o paralelismo entre os dois mundos aqui vividos nesta casa, sem nenhum se deixar sobrepor ao outro.
Categoria: Edifícado
Designação: Vestíbulo/Átrio
Data: Século XIX
Localização: Casa de São Mamede